Para onde foi minha inspiração?
Fugiu de mim desabalada.
Não disse adeus nem explicação
Se ainda volta, não disse nada.
Minha musa é
preguiçosa
Gosta de ficar na rede
Estirada e orgulhosa
Ergue-se para saciar a sede
E retorna langorosa
Arrastando-se pela parede.
Não gosta de trabalhar
De limpar ou de servir
Gosta de estar e ficar
Mas quando peço para ajudar
Tem sempre desculpa para sair.
Faz tudo tão devagar
Sem pressa de terminar
E se o tempo é curto
Prefere nem começar
Por que, acima de tudo
Quando se perde, não sabe voltar.
Minha inspiração é uma gata
Branca, esguia e faminta
Arranha minha mente
com a pata
Transmite uma ideia distinta
Às vezes é parte de mim, é inata
N’outras, é como uma espécie extinta.
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